Correndo Contra o Tempo

Correndo Contra o Tempo

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Carta Aberta ao Secretário de Cultura


Movimento Hip Hop organizado de Samambaia entrega carta de Reivindicações e propostas ao Secretário de Cultura Hamilton Pereira

O Coletivo Hip Hop ArtSam, grupo popular e autônomo vem por meio desta manifestar alegria em tê-lo como Secretário de cultura, conhecendo-o com firme defensor e lutador brasileiro.

Ao mesmo tempo nos colocamos a disposição no que se fizer necessário, pois entendemos que a luta pela transformação social, cultural e humana após a ruína feita pelos antigos governantes será enorme.

Como pode, numa capital que é celeiro e berço de grandes artistas vê seu aniversário ser comemorado via Disney, ou ver nossos impostos serem roubados através de falsos cachês?

Sempre vivemos às margens de nossos direitos. Com políticas de direita e funcionários sem comprometimento, ou sequer conhecimento do que é ser “fazedor de cultura”.

Hoje o Distrito Federal, visualizando o Movimento Hip Hop é o 2º mercado ou pólo nacional neste gênero, e não há uma política de pública de reconhecimento ou investimento.

Temos exemplos por todo o Distrito Federal de Entes e Agentes cadastrados no CEAC como circo.

No exposto, nos dirigimos a vossa senhoria no intuito de construir diálogo e políticas públicas democráticas, onde propomos e solicitamos:

- Reforma, aparelhamento e abertura dos Salões comunitários para utilização de grupos culturais e sociais, pois estes espaços hoje são ociosos;

- Apoio às manifestações culturais das entidades do 3º Setor e Coletivos autônomos e ou informais;

- Reforma da Praça do Cidadão em Samambaia, articulando com demais Secretárias a construção de Academia Popular e teatro arena;

- Construção da Praça dos artistas com coreto e teatro arena entre as quadras 318/316 de Samambaia Sul;

- Construção do Complexo Cultural;

- Maior atenção às quadras ímpares, com construção de mais espaços de convivência através da cultura e esporte;

- Imediata articulação para tombamento histórico e cultural do Parque Três Meninas; Reforma dos seus casarões para utilização cultural e educacional nos mesmos. Bem como criação de projeto que contemple a construção de trilhas ecológicas, academia popular, banheiros públicos, churrasqueiras, skate park e teatro arena.

- Participação dos diretores e gerentes da administração nos Conselhos de defesa de direitos, bem como articulação e formação do Conselho da Juventude e Conselho da Criança e Adolescência, já que há na estrutura do governo tais secretarias;

- Incentivo a produção literária e cultural em suas diversas manifestação, fomentando a participação do Movimento Hip Hop nas comemorações do Aniversário da Cidade, carnaval e demais eventos públicos, bem como prioridade aos artistas locais em seus diversos seguimentos;

- Construção da Casa do Hip Hop em Samambaia, sendo este um espaço de múltipla função, com sala espelhada para realização de ensaios, treinos e mostra de dança, cine clube, salas para palestra e oficinas;

- Cadeira no FAC para o Movimento Hip Hop, sendo este uma manifestação cultural presente em todos os países do mundo, que agrega em seus 04 elementos dança, música e artes plásticas que dialogam e abordam temas sociais e políticos.

- Circuito de oficinas de formação em elaboração de projetos, desburocratização, democratização e acessibilidade ao FAC.

Estas propostas foram discutidas e elaboradas nas oficinas e reuniões, partindo da escuta e educação popular, para serem sistematizadas. Nos colocamos a disposição para o diálogo e sobretudo mobilização e participação popular para conquista de tais propostas.

Sabemos que todas devem ser discutidas entre as várias secretárias, neste sentido, solicitamos o apoio de vossa senhoria.

Estamos dispostos a construir uma nova Samambaia que é possível e Outros 50 para a Capital do País.

Atenciosamente,

Coletivo Hip Hop ArtSam
Movimento Hip Hop de Samambaia

domingo, 6 de fevereiro de 2011

ONG Família Hip Hop promove Encontro de Grafite


Em fevereiro, Santa Maria cediará seu primeiro Encontro de Grafite. A realização é da ONG Família Hip Hop, coletivo que ocupa espaço de destaque no Hip Hop militante do Distrito Federal e compõe a Rede de Educação Cidadã e Frente Candanga de Hip Hop Contra a Corrupção.

Além das cores que trarão vida aos muros da cidade, haverá Pocket Shows com os grupos: Suburbano's, Guerrilha Sonora, Versículo do Rap, Aborígine, DJ Liso, A Bíblia do Malandro dentre outros.

Serão inúmeras Crews de todo o DF, Entorno e Goiânia que ocuparão a área central da Cidade, expondo seus trabalhos, comungando da luta e fomentando nas crianças e comunidade a arte e cultura urbana que resgata.

As Crews convidadas receberão material para desenvolverem suas produções, mas grafiteiros e grafiteiras podem colar no evento que também terão espaço.

O que? 1º Encontro de Grafite de Santa Maria
Quando? Dia 13 de fevereiro a partir das 10h00
Onde? Administração Regional de Santa Maria - Área Central


Acesse: www.suburbanosfh2.blogspot.com

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Atitude Feminina grava DVD


O grupo brasiliense Atitude Feminina gravará seu 1º DVD no dia 24 de fevereiro, levando o peso do Rap a Salla Vila Lobos do Teatro Nacional.

O Grupo é formado por Aninha, Giza e Hellen. A expectativa das mesmas para esta nova conquista é enorme, pois trata-se de um sonho antigo.

As artistas já possuem 1 álbum lançado intitulado Rosas, trabalho este que recebeu prestígio e reconhecimento nacional, dentro e fora do movimento Hip Hop; 02 vídeos Clipes que somados já foram vistos por mais de 02 milhões de pessoas.

Acessoradas pelo maior produtor de Rap do país, DJ Raffa, que conta com mais de 80 álbuns lançados e inclusive discos de ouro, trarão ao Teatro Nacional o peso da Música Rap com arranjos de baixo, violão, guitarra e percussão.

Haverá ainda a participação especial de Taty - BelaDonna, Renan - Inquerito, Voz Sem Medo, Provérbio X, Exs, Jane e Ato MC, enriquecendo o evento.

Fique lidado e ligada: A Entrada é FRANCA. Mobilize sua turma, ensaie as músicas para que o #RapDF suba mais um degrau rumo a vanguarda, que já temos em produção e talento.

Saiba mais acessando: http://www.atitudefeminina.com.br/

Entrevista com Markão Aborígine


O Rapper Markão do projeto Aborígine cedeu entrevista ao portal de Breaking Max 5, explanando sobre seu último lançamento, o Vídeo Clipe MEIO SECULO, bem como fatos de sua carreira, linha ideológica de seu trabalho, etc.

Confira (Entrevista por B.boy Seta - MAX 5)

O que fazia antes de começar a cantar e o que te levo ao mundo do RAP?

Iniciei minha caminhada junto ao Rap em 1998, transformando trabalhos escolares em poesia, em música. Hoje reflito e acredito que as poesias e o cordel de meu avó, Pedro Dantas, me inspiraram a também compor.

Ele é exemplo de vida para eu, tanto que a capa de meu CD é uma homenagem a ele; Nunca foi a uma escola, mas sempre me falava que o conhecimento, que o estudo era fundamental.

O que é o Rap e o Hip-Hop hoje para você?

Amor ao povo. Logo a defesa e comprometimento com este.

Pode falar sobre o seu estilo musical, como você define?

Eu acredito na essência da Cultura e tento a expor através de minha poesia.

Analisando historicamente o contexto social e político de onde os elementos da cultura Hip Hop surgiram identificamos a luta, o resgate da história de vida, auto afirmação, amor.

Nos tempos de hoje estes sentimentos se fazem presentes em minha música. Assim defino-me como “Rap amador... não por falta de profissionalismo, mas por excesso em amor”.

Além de cantar você também compõe e de onde vem sua inspiração?

Sim componho, porém já gravei poesias de Velho Mitchel e Luiz Vieira em um álbum de poesias. No meu segundo álbum gravarei uma poesia de Carlos Marighela.

Resumo minha inspiração em 02 frases: “Enquanto capitalizam a realidade eu socializo meus sonhos” de Sergio Vaz e “Sei que não participarei da colheita, mas tenho certeza que morrerei semente” de Frei Betto.

Fale um pouco sobre a sua composição favorita e porque ela é tão importante para você?

Pergunta dificílima, mas eu elegeria a canção O azul de uma caneta. Ela foi composta em 2001, e lembro-me que acordei numa madrugada e do nada a compus.

A mesma também foi responsável por me afastar de caminhos ruins que estava trilhando.
Ela versa em primeira pessoa sobre a busca por trabalho, um canto de resistência. Ao cantá-la sempre me emociono, e também vejo emoção nos ouvintes.

Quais são suas expectativas em relação a musica?

Creio que passo por um dos melhores momentos de minha carreira, mas o trabalho, o esforço e empenho têm que ser constantes. E a expectativa é esta, luta e multiplicação da luta. Costumo falar que Aborígine não é show e sim militância.

Meu objetivo com a música e organização através do Coletivo ArtSam é formar uma nova geração de artistas comprometidos com as causas sociais e articular o movimento candango em prol da ocupação de espaços e empoderamento.

Quem são suas referências? E porque o trabalho deles influencia tanto no seu trabalho?

Minhas influências vão de poetas nordestinos como Patativa e Zé Vicente, dos repentistas Rogério Menezes, Moacir Laurentino e Sebastião da Silva aos Rappers GOG e Face da Morte.

Por ter como berço uma família nordestina cresci ouvindo repente e embolada, indo aos Festivais na casa do cantador ou mesmo na Paraíba, de onde sou. Essas músicas abordam a vida do sertanejo, a esperança, fé e força do povo nordestino, que por si só são referência.

Quando conheci GOG e Face da Morte vi outro caminho a ser trilhado dentro de minha música. Enxerguei e compreendi que a causa de todas as mazelas da sociedade tinha que ser abordada e combatida. Pude conhecer minha própria história através do disco MPB (Manifesto Popular Brasileiro) do Face da Morte, que é um verdadeiro livro da revolução e luta popular brasileira, que ainda é omitido pela educação formal.

Se hoje sou visto como um Rapper contundente ou militante eu devo a minha raiz nordestina de força e esperança e a estes grupos como despertar pra luta.

O que você acho das edições anteriores do Max 5 e qual suas expectativas para o próximo MAX 5?

Eu tive o prazer de está presente em várias edições da Max 5, e sempre notei o profissionalismo dos organizadores, atenção e respeito aos artistas. As crews de breaking se envolvem no processo e a Max 5 é alvo de cobiça pra qualquer currículo.
Eu tenho um troféu da Max 5 que guardo com muito orgulho... Foi de uma batalha de rimas que participei.

Você está com um novo trabalho chamado “Meio Século”, fale um pouco dele, a mensagem que você quer transmitir para quem assistir ao Vídeo.

Bem, a canção MEIO SECULO foi escrita dentre 2004 e 2009, e aborda as contradições da dita Capital da Esperança.

Nós vivemos com a constante exclusão da cultura periférica, seja na participação de festividades como o próprio festejo aos 50 anos da Capital, seja na falta de equipamentos públicos de cultura fora do grande centro.

Moro em Samambaia, cidade com 21 anos, aproximadamente 250 mil habitantes, onde não há um teatro, cinema, mas sim o abandono do Parque 3 Meninas, que já serviu de escola para os primeiros moradores da cidade, biblioteca, parque.

Tentamos expor tais contradições no vídeo clipe e na música. O vídeo foi gravado em mais de 10 cidades do DF e Entorno, e os 400 km que percorremos foi para mobilizarmos a comunidade para a Construção de Outros 50, apresentando relatos sobre a construção de Brasília, que diferentemente de mini séries globais que santificaram o ‘erguer da capital da esperança’, houveram muitas mortes, trabalho escravo, chacinas pela mão da polícia, braço de JK.

Só modificamos a história a partir do momento em que a conhecemos. E o clipe é isto, um chamado.

Como você vê a questão do patrocínio para artistas urbanos. É questão de sorte ou de trabalho duro?

Eu entendo esta questão na verdade como formação. Ouvimos falar que hoje o que controla o mundo é o conhecimento, e isto é fato. Por vários anos o FAC – Fundo de amparo a cultura ficou nas mãos de artistas do Plano Piloto, por falta de conhecimento e formação – não generalizando – de artista da periferia.

Tem que trabalhar arduamente para nos apoderarmos destas políticas públicas, existe o FAC, financiamento via ONGs, Embaixadas, Emendas, mas também rever ou mesmo construir um plano de imagem, elaborar um projeto, identificar a melhor linguagem, entender sobre mercadologia e marketing para conseguirmos os devidos patrocínios para nossos eventos.

Isto se dar através de estudo.

Tem algo que não perguntamos e você gostaria de citar?

Hoje vejo irmãos e irmãs que são campeões de batalhas de rimas de breaking, mas que infelizmente largaram os estudos cedo. Isto me entristece, pois sei que quaisquer carreiras artísticas são arruinadas por falta de conhecimento.

Digo aqui as estes compas que voltem pra sala de aula. Tenha a mesma determinação diária de treinar na calçada de uma loja para abrir um livro. Pratique com a mesma convicção de sucesso quando treina seu plano de ataque, para além dos troféus da Max 5 trazer com orgulho aos seus pais o diploma da universidade.

Pois só assim seremos referencia para as crianças de nossa cidade.

“Só assim teremos um melhor footwork, melhor Freestyle, melhor traço no grafite ou melhor risco nas pickups, junto ao quadro negro e o branco de um giz, o movimento se movimenta e transforma o país”

Quem tiver afim de contratar seu show como faz para entrar em contato?

Fone: 9602 6711 & 3209 6711
E-mail: contatoaborigine@gmail.com / aboriginerap@gmail.com
@MarkaoAborigine

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Até final de fevereiro a entrega será feita sem cobrança de frete para todo o país.

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