quarta-feira, 23 de junho de 2010
O Rap no Globo terrestre (?)
Em meio a aparição do Rapper Mano Brown no fantástico, em uma matéria patrocinada pela Nike, aquela mesma que GOG relata explorar o trabalho infantil, o Rap permanece verdadeiro e vivo.
Não é novidade o papel 'subversivo' que a Globo atuou durante a Ditadura Militar no país, e ao fim deste ciclo passa a desmoralizar o regime narrando que eram obrigados a censurar isto ou aquilo, mas na verdade agiam alegremente perante as cifras que a cada instante preenchem cofres e ibopes.
"Maquiam o preconceito, para os negros dão estatos
Papéis principais? É claro quando o título é da cor do pecado"
Aborígine.
Insistentemente a Globo continua a pregar uma cultura europeia. Somos em nossa maioria negros e indigenas, porem nossa querida emissora continua a narrar a saga de italianos romanticos que venceram a pobreza, como Serra e Alckmim, descendentes diretos, criminalizando as religioes afro brasileiras, maquiando brancos para atuarem como índios, e enfim... Servindo a gravadoras multinacionais, excluindo do povo brasileiro o prazer de ouviu um Repente nordestino, uma catira goiana, um rasqueado no sul matogrossense ou o carimbó paraense.
Continuamos estagnados em frente uma tela que reprisa semanalmente uma lagoa azul, de belos brancos de olhos azuis; nossos filhos e filhas, crianças presenciam o sexo, a violência em horários nobres, e espaços de diálogo como alguns programas semanais de interesse público são transmitidos na calada da madrugada. Cuprindo realmente seu papel... A sociedade sem conhecer permanece calada.
Uma linha dita progressista ou evolutiva do Hip Hop diz que é a hora de ocuparmos espaços televisivos, mainstreen. Concordo, mas que para isso sejamos homens e mulheres de verdades, priorizando a causa coletiva, não nos deixando rotular.
Fácil é eu seguir a cartilha para alcansar o objetivo. Mas tal cartilha tem um fim, o mesmo dado aos modismos de final de ano, diferente da essencia que perpetua.
Vamos ocupar tais espaços sendo aquilo que somos, não o que querem que sejamos. O Rap passa por uma fase de higienização: Se não uso um boné com uma etiqueta dourada fixada na aba não sou verdadeiro. Se não falo rua não sou isso ou aquilo, se não misturo Rap com samba e deixo a música "escutável",sem protesto não sou aceito.
A revolução silenciosa, feita nos corações de cada irmão e irmã que escuta Rap não será televisionada.
Nacionalize!
A família Sarney comanda a Globo no Maranhão e consecutivamente o senado brasileiro. A família Magalhães comanda a Globo na Bahia, mostrando a beleza do carnaval, axé, pelourinho... Mas esconde a homofobia e extermínio da juventude baiana cometida pela polícia, ou mesmo as crianças que tapam buracos em Br's.
Ocupar para transformar! E não somente ser um robozinho Blin Blin.
Texto : Markão Aborígine (www.aboriginerap.blogspot.com)
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